Aquele agudo que não agrada, ecoando na mente,
É como errar de propósito a tecla certa do piano,
Mas sem chance de poder voltar atrás,
De tirar o ruído travesso do ouvido,
E me vejo presa ao zumbindo de meus próprios lapsos.
É assim quando deito, mesmo que placidamente, a cabeça no
travesseiro
A fronha enrugando-se embaixo de meu rosto, mesmo que não me
deixe marcas,
A pressão crescendo a cada farfalhar, mesmo que eu medite
Mesmo que eu cante,
Mesmo que eu ore,
Mesmo que eu chore,
Impossível mudar ou anular aquela tecla,
Impossível calar um coração que não aprendeu a gritar.
Vanessa Olivier
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