sexta-feira, 20 de maio de 2011

Paixão Cruel

Ouve-se esparsas, caminhos largos
Vozes ululantes, a atroar os horizontes
Resignados, cobertos de luz
Vastos nos lisos cabelos
Negros da noite.

Vê-se intactas, um ondear vigente
Aprumando constante, fulgente
Um crispar audacioso, ora funesto
Carregado no verde dos olhos
Profundos da esmeralda.

Sente-se o frio da neve, empedernido
Congelar o sangue nas veias, frígidas
E vê-se nas ilhas, remotas
Uma similitude cruel, langorosa
Salpicada no coração duro
Pedra de gelo.

E olho no rosto, álgido
Uma beleza ora sombria,
Ora jovial, a alucinar-me
E um rastro perdido nos lábios
De um sorriso simulado, torpe
Ironia atroz
A endoidecer-me.

Quisera fosse eu
Liberta de tua imagem fugaz
Que perturba meus órgão a reclamar
E o tolo coração que me assalta
Os lábios trêmulos,
E os olhos molhados
Que choram por ti
Paixão cruel.

Por Vanessa Olivier

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