Um latejar de infindas promessas
Um crepitar de latentes desejos
Um ondular de fortuitas cobranças
De quem dá sem o alcance indelével
Da desmedida contribuição,
Mas de quem fervorosamente espera
A alegria inefável da correspondência
Num rogo sorriso, num suplicar de olhares
Ou mais ainda, na magia de um tocar de lábios
Insaciável beijo.
Havia um reverberar de contemplação
Um desmedido respeito, admiração ímpar
E um marejar de puro afeto,
Mas havia também um faiscar de medo
Um repouso de dor, de saudade, melancolia
E um calejado cansaço da espera
De quem vive a contemplar o dia
De ter o amor descansando nos braços
Repouso eterno, sem dia para partir.
Dava ainda pra ver o vazio
De longas noites escuras
Do frio de lençóis solitários
Do derramar de lágrimas saudosas ...
E eram saudades pungentes
Do gosto do beijo
Do toque, do abraço, do calor,
De tudo que nunca houve
Do romance que nunca existiu.
Mas havia esperança
De um coração que não se cansa
De esperar pelo amor.
Por Vanessa Olivier
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