quarta-feira, 28 de junho de 2017

Ebulição





A minha pele repele
Sua ausência, seu silêncio,
Reviro lá dentro à procura de paz
Mas minha pele arde,
E atravessa,
E fere meu parco sossego,
Não há paz.

Minha pele implora
Seus lábios, seu tato.
E tudo é torpor,
Longe, bem longe,
Sua pele, quente, maciça,
Não há contato,
Só a mente em desatino,
E tudo é afã.

Um raio cavalga minha pele
E queima, ferve, borbulha,
Dentro só há ebulição.
Mas sua pele, morena, lasciva, tenra
Também implora, na solidão,
No escuro, no vácuo,
Minha pele ébria,
Dissoluta conexão.



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