quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ao léu

Mortificadas ideias
Vagam em minha mente
Que reclama a paz.
Por onde ando vejo
Furtivos olhos,
Retinas que camuflam o
Infortúnio.
Rogo às vozes internas
Um apelo que já vestiu
O manto do silêncio
Lamento mudo
Designado a peregrinar
Pelas estreitas margens
Do subconsciente.
Olho ao meu redor
Há nuvens carregadas de difusas incertezas
Emanando no ar
Todo meu desassossego.
Tenho as mãos frias
Pés descalços pisando
Em águas álgidas
De meu flagelo lacrimejante.
Espreito a porta do oásis
Estou a um passo do óbvio
Mas tenho as pernas derreadas
No chão do desterro.
Minha luta é em vão
Meus olhos cegos não podem ver
A saída.
O que me afugenta não sei
Não tem face o meu carcereiro
Não posso tocar minhas algemas
Encaro meu fado.
O quarto é escuro,
O leito é magro,
E o ar,
Facínora.
Tenho areias na garganta
Solto espasmos impetuosos
Porém, efêmeros se vão
Levando ao léu
Minha salvação.
Resfolego o vento a me cingir
Caio em teus braços
E vencida
Adormeço.

Por Vanessa Olivier

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